terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Verão -quase- trágico (10/12/2013)



O que você faz quando tudo parece perdido?
Corre para os braços de quem dá sentido a sua vida?
Se engasga em pílulas anti-tristeza?
Se afoga em álcool?

Eu aprendi as fugas certas;
Eu fujo para o interior da minha mente.
Fujo do cutting.
Fujo das vontades suicidas.
Me escondo de mim mesmo dentro da vastidão dos meus pensamentos.

Não importa o quanto tudo pareça monstruoso, a fuga da vida nunca é a melhor saída, e eu não quero te perder dessa forma.

Eu jamais serei feliz, isso é uma certeza clara em minha mente, mas eu já me acostumei com esse fato e vivo a minha vida da forma mais alegre que eu consigo.

Fiz ‘o meu porto’ nos sonhos que ainda me restam, o anseio de se tornar um bom cientista.
Fiz da Universidade de Brasília o meu motivo de orgulho pessoal.
Fiz do meu curso a minha razão de viver, porque na prática dele eu me sinto vivo.

Não sou o melhor em nada do que sou bom.
Estou longe de ser o mais inteligente da minha turma, o melhor desenhista que conheço e com certeza não serei o maior, ou um dos maiores entomólogos do mundo.
Não revolucionarei nada no meio científico, mas ainda assim me encanto em poder participar dele.

E eu quero o mesmo pra você, um porto seguro que não seja uma pessoa.
Uma vontade de viver algo mesmo que você não vá se tornar o melhor naquilo.
Eu desejo que você aprenda a viver com as suas dores, mesmo aquelas que não podem ser curadas.

Meu lado egoísta não quer te perder da forma como você quer me deixar.
Eu não quero que você cometa erros irreversíveis como os que eu cometi e tenho mais de duzentas cicatrizes para me lembrar disso.
Não quero que você cometa os erros que eu já pensei em cometer.
E não quero que você cometa o erro que quase cometeu domingo passado.

Muitas vezes o que já me segurou nesse mundo foi à certeza de que pelo uma pessoa precisava de mim para sorrir, e eu sei que você também é a razão da alegria de algumas pessoas.
A quantidade delas não importa, você é o motivo da alegria de alguém.

Você é único!

O arranjo dos seus genes fizeram de você uma pessoa única no mundo. Ninguém mais tem o que você tem, suas sinapses neuronais, sua forma de pensar, sua forma de ver o mundo, seus traços, seu fenótipo...
Não existe no mundo ninguém como você. Isso faz de você um ser insubstituível, então, por favor, não destrua algo tão perfeito e tão único como você é.

Eu sinto muito não ter te dado à atenção que você merecia.
Sinto muito ter colocado quem não valia a pena na sua frente.
E sinto muito não ter te amado da forma que você me amou.
Perdoe-me por não ter sido o suficiente para você, mas por favor, eu te peço;


Não me deixe... não dessa forma.

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

V. (23/11/2013)




Amor é supérfluo.
Amor é desnecessário.
Amor é dor.

Um dia você acorda feliz, com um corpo em mente e sorri.

Seus pensamentos ficam divagando entre os acontecimentos do dia e as lembranças da noite passada, e você sorri.

Ninguém a sua volta parece notar que seu cérebro está mais distante que o normal, depois de um tempo você aprendeu a esconder bem suas emoções, quase ao ponto de não senti-las.

Mas ele não sai dos seus pensamentos, fica ali no canto, se apossando de cada vez mais espaço.

Músicas adornam as memórias de um encontro quase que idealizado por romancistas de tão compatível. Mas com os romances reais você aprendeu que amor não passa de dor, e por isso não vai se deixar apaixonar, não dessa vez.

E aquele beijo não parece querer sair do conteúdo de sua caixa craniana. Aquelas mãos sobre você, aquela barba em seu pescoço, aquele cheiro em suas narinas, aquele suor pingando em sua pele... aquele cara.
E você sorri.

Ele te leva até as nuvens.
Ele te trás uma estrela nas mãos.
Ele te elogia a cada vez que te olha.
E você não vai se apaixonar, não dessa vez.

O mundo não ‘rotaciona’ quando ele te abraça e deitado sobre o peito dele você não sente as ondas temporais.

Ele te faz bem e você faz bem a ele, em uma semana a sua substância cinzenta mudou de funcionamento. Mas você sabe que não deve se apaixonar.


E quando você se deita, sozinho em seu quarto, o cheiro dele em seu travesseiro faz sua mente ficar em paz, e você sorri.

Mashup pessoal (11/2013)




Tudo o que preciso está em você, em seu corpo.

Suas mãos deslizando sobre minhas costas, seus olhos me olhando enquanto minhas roupas vão pro chão.
Sua boca indo de encontro a minha.
Seus braços ao redor do meu ser.
Suas pernas se entrelaçando com as minhas.
Seu cheiro me inebriando e seus pelos me tocando.
Sua virilha... tudo o que você é me somando.

Beije minha boca enquanto afaga meus cabelos.
Diga que me quer por inteiro e eu me darei a ti.
Envolva o meu corpo nos seus braços enquanto sua boca vai no meu pescoço.
Deslize suas mãos sobre minhas costas, fazendo-me estremecer a cada arrepio na pele.

Eu quero passar as mãos no seu peito, sentindo cada pelo, cada músculo em meus dedos, e com a língua tocar seus mamilos e descer...

Toque meus cabelos, guie minha boca pelo mapa do seu corpo, deixe que eu me satisfaça com a sua satisfação.

Eu quero experimentar o teu sexo enquanto você prova o meu, sentir o teu gosto, tua textura e ouvir seus suspiros de prazer.

Beije meu corpo, acaricie meu corpo, excite-se com meu ser e me mostre a sua excitação. Toque-me com sua saliva e me deixe vagar pela dimensão sensorial.

Agarre meu corpo como se dele você precisasse para viver e com ele faça o que tiver que fazer.
Apenas nesse momento eu serei seu.

Beije minhas pernas, segure minhas mãos, morda meu pescoço como um animal pronto para o coito e delicadamente invada o meu corpo e me deixe em êxtase.

Eu quero te sentir no meu interior, como se por você a minha alma pudesse ser tocada.
Beije-me, arranhe-me, morda-me.
Faça o que nós sabemos que tem que ser feito.

Acaricie-me, pegue-me, toque-me. Deixe que seus instintos mais primitivos dominem sua mente.
Não precisamos contar o tempo. Por um instante ele para e a rotação da Terra congela, nos deixando sozinhos, à mercê de nossas carnais vontades, de nossos mais profundos desejos e nos satisfazendo com a anatomia um do outro.

Eu quero sentir o seu suor pingando sobre mim e o seu cheiro inebriante impregnar-me a pele, enquanto enxergo a excitação em seus olhos.
Eu quero ouvir o seu urro de prazer quando seu corpo chegar ao ápice, fazendo-me estremecer embaixo de você.

E então você me beija e ficamos os dois deitados um sobre o corpo do outro, unindo nosso suor, nosso gozo, nossa momentânea exaustão.
Em paz depois de um sexo romanticamente pervertido, e é apenas disso que eu preciso.

Reflexão ociosa (12/11/2013)




Hoje não é um dia triste, nem um daqueles dias em que me sinto a pessoa mais solitária do mundo.

Hoje é apenas um dia normal, desses em que não te inspiram em nada a escrever... Mas o tempo ocioso me obriga a jogar algumas palavras por aí, então acabei pensando na vida.

Refletindo um pouco sobre tudo eu percebi o quanto é engraçada a nossa necessidade lírica de uns momentos tristes, nem que seja para ter algo a escrever.

A tristeza às vezes é como um ópio, que mesmo não fazendo bem, as pessoas tendem a perseguir, mesmo que inconscientemente. Quer dizer, quantas vezes na sua vida você não acordou tranquilo, mas por alguma força misteriosa começou a pensar nos seus problemas e os dramatizou, nem que seja um pouco, na sua mente? Eu pelo menos faço isso com mais frequência do que deveria, não sei se são as pílulas que estão me fazendo perceber isso, talvez seja, mas isso não é importante.

Eu sinto que a cada dia que passa eu tenho ficado mais emocionalmente frio, tanto com meus sentimentos quanto com os dos outros. Não me sinto mais tão mal se alguém chora do meu lado ou no meu ombro. É claro que eu não quero ser o motivo de tristeza de ninguém, mas hoje em dia se alguém sofre por mim, eu não me desespero, nem faço nada pra tentar deixar a pessoa ‘pra cima’ ou me odeio por não conseguir retribuir a afeição. Eu simplesmente me afasto.

Às vezes parece que à medida que o tempo passa eu me distancio mais de quem eu sou, ou talvez eu apenas esteja modificando a minha essência, afinal, todos mudam à medida que envelhecem.
Eu só não quero acabar me tornando uma pessoa egoísta, sempre repudiei gente assim.

Ultimamente eu só tenho tido uma certeza em minha vida, a droga que eu mais almejei durante minha existência eu já não quero mais, amor é algo com o qual eu não pretendo me machucar de novo... talvez seja melhor deixar essa caixa fechada por um longo tempo.

Não quero voltar a ser um desses que supervalorizam a paixão, não quero ter essa necessidade de novo, viver apenas para mim está tão bom. Poder ter liberdade para ser quem eu sou, sem ter que me preocupar se alguém gosta, poder sair e ficar com meus amigos o tempo que for, sem precisar dar satisfações e não ser mais vigiado como um criminoso. Fora as brigas que não existem mais.


Nossa, como eu estou bem sozinho e como é bom poder dizer isso pela primeira vez na vida. Não ser de ninguém por mais que uma noite, nada é melhor do que ter essa liberdade.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Cloridrato de Paroxetina (agosto de 2013)






Pra que chorar se você tem uma pílula nas mãos?
Sorrir nunca foi tão fácil. Pra que pensar em problemas? Existe remédio pra minha tristeza e isso que importa!
                           
Alguém destruiu meu coração.
Meu orgulho foi tirado de mim.
Surtos psicóticos.
Lágrimas que não existiam.
Sangue nos pulsos.

E a paroxetina não me deixa mais pensar nisso, não mais.

Quase sempre o dia amanhece azul pra mim, as cores estão voltando pros seus devidos lugares com 1mg em cada uma delas.

Tem dias que (como hoje) ainda amanhecem cinza, quando as 20mg não parecem ser o suficiente, mas amanhã eu sei que amanhecerá azul e eu vou sorrir novamente graças a paroxetina!


E nele eu não penso mais!

Sax de Prata (Julho de 2013)





Dezembro de 2010, um mês impossível de esquecer.

Uma viajem ótima, um show épico, um abandono e uma transformação, tudo em um único mês.
Hoje eu olho o pingente que eu comprei pra você em São Paulo há dois anos e meio mas não te entreguei, e tudo o que passa na minha mente são incertezas.

Há algum tempo me disseram que você ainda gosta de mim, mas eu não consigo acreditar nisso, você simplesmente sumiu da minha vida, me deixou exatamente quando eu estava prestes a me apaixonar... e mesmo assim, você ainda invade a minha mente de tempos em tempos.

Eu não te amo, mas por algum motivo eu sinto a sua falta. Talvez seja porque nossa história não teve um final certo, não teve um 'adeus' .

Tudo o que eu quero fazer agora é ir atrás de você, olhar nos seus olhos novamente, te abraçar e te entregar o ‘saxofone de prata’ que eu comprei pra você naquela viagem... e eu nem sei mais se você ainda toca sax.

Meio ridículo isso, porque eu sei que você está caminhando bem sem saber de mim, e nem sozinho eu estou, mas não consigo impedir os meus pensamentos de voarem até você... só espero um dia conseguir te entregar o seu presente.

Junho de 2013




O carro a 110 enquanto ouço Robert Smith me dizer que as “flores sempre morrem”.

Minha mente está repleta de lembranças de nós dois juntos, eu posso ver perfeitamente você me acariciando, dizendo que me ama. O sopro do vento em meu rosto parece as suas carícias suaves e o seus beijos apaixonados...

Mas “as flores sempre morrem” e a cada curva um xingamento, a cada freada uma acusação e a cada sinal vermelho uma lágrima.

Você foi a melhor coisa que já me aconteceu, mas também foi o que mais me machucou... O amor nos deixa vulneráveis para depois despejar seu veneno em nossas bocas... Mas eu vou me curar desse mal.

Cutting (Maio de 2013)



Quando você sangra, mesmo que seja menos que uma gota, por um curto período tudo o que você sente some, tanto coisas boas quanto coisas ruins, e as vezes, só as vezes, a ausência de sentimentos é aliviante... ainda mais porque enquanto existir sangue coagulado a dor não vai voltar, pelo menos não por enquanto. O dia seguinte é outra história.