terça-feira, 6 de agosto de 2013

Cloridrato de Paroxetina (agosto de 2013)






Pra que chorar se você tem uma pílula nas mãos?
Sorrir nunca foi tão fácil. Pra que pensar em problemas? Existe remédio pra minha tristeza e isso que importa!
                           
Alguém destruiu meu coração.
Meu orgulho foi tirado de mim.
Surtos psicóticos.
Lágrimas que não existiam.
Sangue nos pulsos.

E a paroxetina não me deixa mais pensar nisso, não mais.

Quase sempre o dia amanhece azul pra mim, as cores estão voltando pros seus devidos lugares com 1mg em cada uma delas.

Tem dias que (como hoje) ainda amanhecem cinza, quando as 20mg não parecem ser o suficiente, mas amanhã eu sei que amanhecerá azul e eu vou sorrir novamente graças a paroxetina!


E nele eu não penso mais!

Sax de Prata (Julho de 2013)





Dezembro de 2010, um mês impossível de esquecer.

Uma viajem ótima, um show épico, um abandono e uma transformação, tudo em um único mês.
Hoje eu olho o pingente que eu comprei pra você em São Paulo há dois anos e meio mas não te entreguei, e tudo o que passa na minha mente são incertezas.

Há algum tempo me disseram que você ainda gosta de mim, mas eu não consigo acreditar nisso, você simplesmente sumiu da minha vida, me deixou exatamente quando eu estava prestes a me apaixonar... e mesmo assim, você ainda invade a minha mente de tempos em tempos.

Eu não te amo, mas por algum motivo eu sinto a sua falta. Talvez seja porque nossa história não teve um final certo, não teve um 'adeus' .

Tudo o que eu quero fazer agora é ir atrás de você, olhar nos seus olhos novamente, te abraçar e te entregar o ‘saxofone de prata’ que eu comprei pra você naquela viagem... e eu nem sei mais se você ainda toca sax.

Meio ridículo isso, porque eu sei que você está caminhando bem sem saber de mim, e nem sozinho eu estou, mas não consigo impedir os meus pensamentos de voarem até você... só espero um dia conseguir te entregar o seu presente.

Junho de 2013




O carro a 110 enquanto ouço Robert Smith me dizer que as “flores sempre morrem”.

Minha mente está repleta de lembranças de nós dois juntos, eu posso ver perfeitamente você me acariciando, dizendo que me ama. O sopro do vento em meu rosto parece as suas carícias suaves e o seus beijos apaixonados...

Mas “as flores sempre morrem” e a cada curva um xingamento, a cada freada uma acusação e a cada sinal vermelho uma lágrima.

Você foi a melhor coisa que já me aconteceu, mas também foi o que mais me machucou... O amor nos deixa vulneráveis para depois despejar seu veneno em nossas bocas... Mas eu vou me curar desse mal.

Cutting (Maio de 2013)



Quando você sangra, mesmo que seja menos que uma gota, por um curto período tudo o que você sente some, tanto coisas boas quanto coisas ruins, e as vezes, só as vezes, a ausência de sentimentos é aliviante... ainda mais porque enquanto existir sangue coagulado a dor não vai voltar, pelo menos não por enquanto. O dia seguinte é outra história.