Teoria

 Solidão é apenas um momentâneo estado de espírito onde os segundos parecem minutos, os minutos horas, as horas dias, os dias meses, os meses anos e os anos décadas.

Basta pouco tempo preso nesse fictício sentimento alimentado pela aparente realidade para termos a sanidade afogada pela loucura.

Solidão... Com certeza não há palavra que cause mais temor ao mais racional ser humano do que esta... Porque somos tão frágeis em nossas esplendorosas faculdades mentais para nos deixarmos abalar pela simples falta de companhia?

No Fundo somos todos um pouco irracionais, não nos deixamos levar sempre pela razão, e apesar de muitos não admitirem, ninguém é feliz sozinho, nem o mais frio dos seres humanos vive bem sem alguém por perto.

Somos todos tolos em busca de alguém que traga a nós a tão almejada felicidade, porque mesmo que digamos que nossa alegria não depende de ninguém, temos que admitir que a nossa felicidade, sim.

Quando se está sozinho, não há dinheiro, festas, compras ou bebida que cause total satisfação quanto a afetividade humana.

Nós precisamos de amigos e companheiros para sermos realmente felizes.

Somos seres dependentes desse ópio que é a vida sociável, pois sem essa morfina, nossa psique é jogada no fundo do poço depressivo da loucura.

Exaspero...

(Foto por Milton Dias)

Olhos abertos e mente mergulhada em incertezas.

Suas acusações tocam minha alma como navalhas escorregam sobre um corte já aberto.

Frio... É assim que todos me veem, como um ser de coração congelado e corpo quente. Mas só eu sei o que arde em meu peito.

Possuo sentimentos disformes, longe do padrão dos outros. Entrego-me na carne, mas não na vida, apenas a mim pertence minha vida!

Desde que fui dilacerado por dentro, algo morreu em mim, foi levado com as gotas de sangue indevidamente despejadas.

Você não entende isso e nunca entenderá!

Não aceito cobranças que não posso cumprir. Não cairei nos seus jogos sentimentais, minha mente já exige muito de mim para ter que me deprimir com suas dores.

Para ti, minhas vagas apalavras saem como tiros de uma pistola, mas nunca foi e nunca será minha intenção lhe machucar, apenas não posso lhe iludir com doces dizeres.

Digo o que digo com a naturalidade de uma criança, meu vocabulário é recheado de disfemismos inconscientes... Te firo sem perceber, por isso o melhor é afastar-me de ti antes que provoque maiores dores.

E eu continuo no meu mundo, aspirando por paixões que para mim nunca acontecerão...

E você não entende isso, e talvez nunca entenderá!

Melodrama de fevereiro

Eu vivo como em uma constante pista de dança, muitas pessoas, barulho e sexo explicitamente contido em cada passo... E no meio de muitos, eu me sinto solitário.

Há cada semana um lugar para ir, e a cada lugar, uma escondida vontade de encontrar quem faça-me os olhos brilharem novamente. E a cada novo affair, a certeza de que nasci para caminhar solitariamente pela estrada da boemia.

Sinto falta de ter alguém que arranque-me sinceros sorrisos. De um homem que consiga ler meus sentimentos mesmo embaixo do meu indecifrável semblante. Quero voltar a ser alegre por tempo quase integral, e não apenas por uma noite em sua cama.

A necessidade de voltar a viver um amor enche minha cabeça todos os dias. Eu preciso de uma paixão assim como um poeta precisa de inspiração.

Quero voltar a fazer “amor ardente” em vez de “sexo pervertido”, entregar-me olhando nos olhos, sentir a paixão a cada mordida e arranhão na pele. Ouvir canções em urros e gemidos de prazer. Sentir perfume em gotas de suor e um doce néctar em saliva.

Isto que eu tanto almejo, esse precioso e raro sentimento vulgarmente chamado de amor.

Viver?! (2012)

 As vezes algumas pessoas acordam cansadas de suas vidas.

Pensam em milhares de formas de mudá-la, e desistem de tentar.

Impulsividade... Deixamos nos guiar por esta doce ação impensada.

Vamos sair... Bares e boates são ótimos!

Ficar bêbado parece divertido, cerveja, vodka, tequila...

Dançar... ser guiado pelo ritmo da música. Agitar o corpo e desligar a mente.

Um beijo? Claro, nunca é de mais!

Passe uma mão nos meus cabelos e a outra no meu corpo, e sejamos felizes.

Festas, shows, álcool e corpos a serem descobertos!
A vida não é magnífica? Vamos sair de nossas gaiolas para fazer o que quisermos!

Entregamo-nos à luxúria... Afinal, não há nada de errado nisso!

Passe a língua na minha orelha, deslise sua mão pelas minhas costas, arraste a barba no meu pescoço e agarre meu corpo.

Viva a boemia e vamos virar esse copo!

Quando voltar pra casa, talvez não reconhecerei a pessoa do outro lado do espelho. Todas as marcas novas, as recentes experiências e a confusão na cabeça... Isso que é “se perder de si mesmo” ou estou apenas me reencontrando? Talvez seja melhor não pensar nisso e continuar vivendo sem perder oportunidades!

Então... Vamos nos embriagar com o calor de nossos corpos e o gosto do nosso suor... Sejamos livres!

15 (quinze) - 2011

Amor... Uma palavra, quatro letras e um milhão de significados... E eu posso dizer com todas as letras e emoções que eu te amo.

Você nunca saberá o quanto significa para mim, você trouxe cores para os meus pensamentos, me mostrou a “beleza dessa vida”, me confortou quando eu chorei e foi o único capaz de entender toda a mina dor.

Mostrou compreensão sempre que eu, erroneamente, desejei a morte e lançava golpes em meu reflexo.

E com seus conselhos, eu consegui sair do abismo em que me encontrava, lutando para acreditar que “tudo passa, tudo passará”, e que ao 'abir a janela do meu quarto', poderia encontrar “um dia perfeito”. Você me salvou com sua doçura.

Sempre que preciso, você está disposto a soprar sua vida em meus ouvidos, fazendo-me enxergar a minha própria. Você é o único amor que nunca me machucou e nunca irá me abandonar.

Todas as tuas palavras fazem sentido para mim, você me faz sentir saudades do que não vivi, da época em que era possível chegar até você para abraçá-lo

Já chorei vendo-lhe e ouvindo-lhe...

Sua vida toda foi guiada em função do amor. Amor pela família, pelos amigos, os “meninos e meninas”, pelos namorados, flores e o utópico desejo de um mundo melhor... Não parece justo que alguém que viveu pelo mais nobre dos sentimentos tenha definhado até a morte dessa forma.

Você mudou vidas com seus dizeres revolucionários, abriu os olhos dos “filhos da revolução” ao questionar “que país em este” onde a desigualdade e o desajuste fazem muitos “deixarem o marasmo da fazenda”, e se jogarem em concreto para ouvir a tão almejada “música urbana” consumindo “alimento para a cabeça” enquanto o estômago rosna de fome.

Você confortou milhares de apaixonados fazendo-os 'descobrirem o Brasil', enquanto tentavam 'fazer tudo pelo amado', sem medo de lançar o desafio da 'lealdade em troca da chave de seus corações', afinal, não tem como colocar 'razão nas coisas feitas por esse músculo' que você tanto exercitou.

Parte de você sempre irá me acompanhar, me dando força para 'rabiscar o sol de novo no asfalto', após cada chuva, porque “um dia eu vou voar pelo caminho mais bonito”... Você com certeza me salvou.

Sinto sua falta, mesmo sem nunca ter podido lhe abraçar e pessoalmente agradecer-te por tudo o que você me proporcionou. É uma pena que “os bons morrem jovens” e você tenha ido antes do que deveria... Mas eu sei que um dia eu hei de encontrá-lo, seja onde for, e nesse dia eu poderei finalmente demonstrar minha gratidão por você ter mudado minha vida.

Meu saudoso mentor; Renato Manfredini Júnior, o eterno Renato Russo!

Força Sempre

Samuel Santos – 11/10/2011