quinta-feira, 3 de março de 2016

A - R - O - M (27 de fevereiro de 2016)



O - A - R - M 

Quatro letras que fodem tudo quando se juntam.

O tão sonhado mito inalcançável.
Exaltado em poesias.
Enaltecido em filmes.
Idolatrado em livros. 

M - A - O - R

Regras sociais definem o que pode ser sentido e o que é condenável, dificultando a montagem das peças.

Egoísmo passa a ser normal.
Possessão se torna romance. 
Controle é tido como cuidado.

R - M - O - A

A livre interpretação não existe, apenas sentir não é o bastante, também é preciso regrar como se deve sentir.
É preciso definir quantidade.
É necessário reprimir desejo.
É esperado e cobrado que se siga o padrão.

E todos nós estamos infectados com essa doença de querer alcançar o inatingível.
Sempre nos achando especiais demais para errar na busca do complemento, mas acontece que nós já somos completos.

R - A - O - M

A geração enganada pelo cinema.
Iludida pela Disney.
Moldada pela comédia romântica.

A geração que mais engoliu a mentira do romantismo começa aos poucos a entender que regras sociais necessitam de revisão, porque quando essas malditas quatro letras se juntam, tudo não passa de instabilidade emocional, e o tal do "felizes para sempre" não existe todos os dias.

Porque todo sentimento precisa ter seu grau de resiliência respeitado.
Precisa ser nutrido.
Precisa ser sincero.
Precisa de liberdade.

A - M - O - R incondicional não existe.

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