terça-feira, 8 de março de 2016

Questionamento (09 de março de 2016)




O que te faz ser quem você é? 

São as suas roupas?
Seus cabelos?
Sua cor?
Seu gênero?


São seus sentimentos?
Sua personalidade?

Seus pensamentos?
Suas ideologias? 


O que te faz se apaixonar por alguém?
A aparência?

O toque?
A voz?
Os genitais?

São os posicionamentos?
As atitudes?
O modo de ver o mundo?
A compatibilidade?

Você se apaixona pelo que você vê?
Pelo que você sente?
Ou por quem realmente a pessoa é?

Alguém se quer sabe quem realmente outra pessoa é?
Alguém se quer sabe quem realmente é?

A todo instante parece que nós não passamos de um aglomerado de conceitos que os outros usam para nos definir, o nosso "eu" não é construído por nós, mas sim pelos rótulos que outro coloca em nosso corpo.

E a paixão... seria possível nos apaixonarmos por alguém real? Ou nos apaixonamos pela imagem que criamos de alguém? 

Se as pessoas estão sempre mudando, sempre amadurecendo, sempre se transformando em uma nova versão de si mesmas, seria possível continuar amando a mesma pessoa caso conhecêssemos a verdadeira essência de cada um?

Ou nós criamos no outro a imagem daquilo que queremos nos apaixonar, e quando a mudança do outro já é grande o bastante para continuarmos a manter a imagem que projetamos... o amor acaba?

Será que se o amor for verdadeiro ele continua mesmo quando percebemos que a pessoa que amamos não é mais a pessoa que nos apaixonamos?

Quando a imagem que você tinha de mim começou a desmoronar, quando você começou a conhecer mais partes de mim, partes essas que você nunca imaginou que existissem, você desmoronou junto.
Na época você não soube lidar comigo, e eu não soube lidar com a certeza de que você amava mais a imagem que tinha de mim do que amava a mim mesmo.

Você amava o que conhecia, mas não a minha totalidade, e eu percebi que amor incondicional é a maior mentira que eu já quis acreditar.

A imagem que eu tinha de você já se modificou inúmeras vezes nesses anos, porém eu aprendi a amar todas essas modificações, mesmo as que me machucaram. 
Mas o amor que eu sinto por mim precisa ser maior do que amor que eu sinto por você, e eu não estou me amando muito ultimamente, e agora, escrevendo esse texto às 03h50 da manhã, eu finalmente te entendi, você se amou em primeiro lugar e isso não é errado, o erro estava em mim por não enxergar isso.

Amor próprio, talvez seja disso que eu esteja precisando.

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