Nós nascemos para a liberdade.
No meu apartamento, apenas com
o meu reflexo a me olhar pelo espelho do banheiro, eu sinto orgulho de mim mesmo.
No verde da minha íris eu vejo
o brilho indomável da liberdade, e assim eu sei que apenas eu sou o dono da
minha vida.
Todas as escolhas...
As certas e as erradas
As pensadas e as impulsionadas
As prudentes e as inconsequentes
Todas as decisões da minha
vida são minhas, e ninguém consegue me dobrar para o eu não quero.
No meu futuro eu não enxergo
uma vida normativa, aonde eu me deixo escravizar por meus sentimentos e afogo o
meu lado pervertido no emaranhado dos meus neurônios, sem levar a vontade para
a pele.
Meus desejos vão além do amor.
Minha carne sempre clama por
outra, outra e outra, e eu não enxergo lógica em não alimentá-la.
Minha fascinação por
diferentes anatomias masculinas não pode ser recalcada como se fosse uma
doença.
Amor e luxúria são pecados quase
antagônicos e eu sou culpado pelos dois.
Um eu amo, os outros apenas me
divertem quando o desejo pelo diferencial aparece, e eu sei que isso não me
torna doente.
Tamanhos diferentes, com cores
e formatos variados, que tocam cada qual a sua maneira, sem nunca copiar a
volúpia do outro.
E eu necessito de cada
variação de satisfação.
Sexo não diminui o meu amor,
apenas o alimenta cada vez mais, como se os outros sempre me fizessem querer
mais o amado dentro da minha vida e do meu corpo.
Poucos entendem essa
necessidade, e menos ainda percebem que ela não é um veneno para o ‘amor
verdadeiro’, mas eu sei que para amar eu não preciso pagar o preço do
puritanismo.
Meu único pesar em viver sob
as asas da liberdade é a dor que a incompreensão e insegurança causam no seu
coração.
E esse peso está sendo cada
vez mais difícil de suportar, porque te ver sofrendo me mata um pouco a cada
olhar de tristeza.
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