Dezesseis
meses de beleza, de amor.
Você me
deu os dias mais belos da minha vida, e agora tudo o que sinto está tão confuso
que eu nem consigo raciocinar direito.
Toda a
minha vida eu fui o mais racional que pude, sempre me apoiando na lógica para
não fazer algo estúpido por causa de uma paixão.
Sempre
fui do tipo que sofre sozinho e chora quando não tem ninguém por perto.
Sempre
tentando ser forte, não importa o que aconteça.
Vivendo
com uma racionalidade sentimental sempre confundida com frieza, e mais
recentemente, com covardia.
Covardia...
Não sei
até que ponto essa palavra me atinge.
Eu fui
covarde quando fugi de mim mesmo por medo de encarar as minhas verdades e como
elas afetariam quem eu amo.
Eu fui
covarde quando senti medo de me libertar das amarras sociais que me colocaram
ainda na maternidade.
Eu fui
covarde quando vivi sem aceitar quem eu sou.
Mas
quando eu finalmente começo a tomar coragem para começar a viver minha vida do
jeito que eu sempre precisei, essa palavra me é jogada com mais força do que eu
poderia prever.
Ouvir
as piores coisas de quem eu mais depositei carinho não é mais novidade para
mim, mas mesmo assim a dor é forte.
Durante
dezesseis meses eu acreditei que seria para sempre, eu acreditei que por mim
você faria qualquer coisa e por você eu abriria mão de tudo.
Mas eu
estava enganado, amor não vence tudo.
Eu
cheguei ao meu limite e você ao seu, agora estamos os dois machucados, lidando
cada um a sua maneira.
E essa
noite eu me permitirei chorar mais um pouco, sentindo a sua falta na minha
cama...
Mas só
por mais essa noite.
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