segunda-feira, 25 de novembro de 2013

V. (23/11/2013)




Amor é supérfluo.
Amor é desnecessário.
Amor é dor.

Um dia você acorda feliz, com um corpo em mente e sorri.

Seus pensamentos ficam divagando entre os acontecimentos do dia e as lembranças da noite passada, e você sorri.

Ninguém a sua volta parece notar que seu cérebro está mais distante que o normal, depois de um tempo você aprendeu a esconder bem suas emoções, quase ao ponto de não senti-las.

Mas ele não sai dos seus pensamentos, fica ali no canto, se apossando de cada vez mais espaço.

Músicas adornam as memórias de um encontro quase que idealizado por romancistas de tão compatível. Mas com os romances reais você aprendeu que amor não passa de dor, e por isso não vai se deixar apaixonar, não dessa vez.

E aquele beijo não parece querer sair do conteúdo de sua caixa craniana. Aquelas mãos sobre você, aquela barba em seu pescoço, aquele cheiro em suas narinas, aquele suor pingando em sua pele... aquele cara.
E você sorri.

Ele te leva até as nuvens.
Ele te trás uma estrela nas mãos.
Ele te elogia a cada vez que te olha.
E você não vai se apaixonar, não dessa vez.

O mundo não ‘rotaciona’ quando ele te abraça e deitado sobre o peito dele você não sente as ondas temporais.

Ele te faz bem e você faz bem a ele, em uma semana a sua substância cinzenta mudou de funcionamento. Mas você sabe que não deve se apaixonar.


E quando você se deita, sozinho em seu quarto, o cheiro dele em seu travesseiro faz sua mente ficar em paz, e você sorri.

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